A perspectiva de uma Assistente Social.
“Portugal tem dois milhões de pessoas com 65 anos ou mais. Falamos praticamente de um quinto da população. Repare-se que estes números tendem a aumentar. Há que despertar para uma nova realidade, um envelhecimento com qualidade, respeito e cuidado.
O bem estar do idoso deverá ser a palavra de ordem. O idoso é visto por muitos, de forma errada, como aquele que já viveu o que tinha de viver e agora deverá apenas esperar! Não! Não! Não! Vamos mudar mentalidades, até dos próprios idosos que intrinsecamente acabam por pensar o mesmo, desistido da vida e de tudo de bom que poderão experimentar.
Há a necessidade emergente de cuidar, embelezar e aprender com estas fontes de história vivas!!!
Quantas e quantas vezes ao longo de 13 anos de assistente social ouvi ‘não vale a pena, já sou velho para isso’; ‘ pintar o cabelo, não merece a pena ninguém me vê’ ; ‘ ir à praia, não obrigada quando era nova não fui não é depois de velha’!!! Este pensamento é só mesmo pensamento, por experiência própria sei que depois de cuidarmos, depois de darmos atenção, depois de os levarmos a conhecer belezas da vida, os nossos idosos ganham um sorriso, ganham mais beleza, ganham um novo pensamento ‘afinal valeu a pena, quando fazemos outra vez?’. E é isto! Vale sempre a pena.
Famílias, cuidadores, amigos e vizinhos vamos ajudar, todos juntos conseguiremos envelhecer com qualidade e bem estar. O idoso merece e nos também!”
Anónimo
Profissionais de Geriatria
Se pesquisarmos dados demográficos para 2050, somos confrontados com estudos que revelam que cerca de um terço da população da sociedade Portuguesa deverá ter mais que 60 anos em vez do um quinto atual.
A perspetiva de uma sociedade envelhecida coloca-nos perante inúmeros paradigmas e desafios. Para além das necessidades de adequar em numero suficiente as respostas sociais e respostas na área da saúde, estaremos perante um perfil de idoso diferente.
Atualmente a maior percentagem de iliteracia e analfabetismo está centrada nas faixas etárias mais velhas. Daqui a 30 estaremos perante pessoas idosas com mais instrução, com mais informação e com um grau de exigência maior.
Este panorama de envelhecimento da população remete-nos para profissões com tendência para crescimento: O Técnico Auxiliar de Geriatria ou o Agente em Geriatria e também o Auxiliar de Saúde ou Auxiliar de ação Médica, entre outras.
O auxiliar de geriatria é um dos profissionais que se estima vir a ser mais valorizado e procurado pelas organizações nos próximos anos.
Perguntamo-nos se estes profissionais estão preparados para trabalhar com uma pessoa idosa daqui a 30 anos? Quem conhece a realidade das respostas sociais e de saúde na área da geriatria, prontamente responde que não.
A aposta com seriedade na formação destes profissionais é uma necessidade que emerge destas perspetivas futuras. A formação deverá ser desenhada não só para o cuidador formal como também para o cuidador informal. Para além dos aspetos funcionais da pessoa, os cuidadores deverão ser preparados para os aspetos emocionais e psicológicos. Estes estão intimamente ligados à funcionalidade de cada pessoa.
É emergente compreender o idoso como pessoa. Apesar da idade, continua a ter os seus gostos pessoais, as suas necessidades e a sua dignidade! Na EPSB, dispomos de formação na área da geriatria recorrendo a formadores com experiência profissional relevante na área, procurando acrescentar valor humano em cada formando.
Equipa EPSB
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